terça-feira, 6 de abril de 2010

Estamos de volta!!!

Por Bruno Gabrieli

Depois de quase um ano na inatividade, o blog 4-2-4 está de volta! 

Continuaremos com textos históricos, com personagens que construiram a história do futebol brasileiro e mundial, mas teremos também mais espaço para análizes táticas de jogos importantes pelo Brasil e Europa, e claro que iremos postar muitos textos sobre a Copa do Mundo da África do Sul.

Iremos fazer uma série com um texto sobre cada país classificado para a Copa do Mundo,, com seu histórico no torneio, e com uma análize de como o time chega para a disputa da competição. Durante o certame, iremos fazer análizes dos principais jogos.

Esperamos que vocês gostem dos textos e continuem prestigiando este blog de amantes do futebol!


segunda-feira, 29 de junho de 2009

A Tragédia de Heleno.


Heleno com a camisa do Botafogo

Por Bruno Gabrieli

O Campeonato Carioca de 1948 já estava praticamente decidido. O Vasco, campeão no ano anterior e com seu Expresso da Vitória a todo vapor vinha atropelando seus rivais, o Flamengo possuia uma linha média já envellhecida, os mesmos jogadores do tricampeonato de 44, o fluminense ainda chorando a perda de Ademir de Menezes que voltara para o Vasco e o Botafogo acabava de vender seu maior craque para o Boca Juniors, Heleno de freitas. É a história desse homem que pretendo contar nas próximas linhas.

Heleno de Freitas nasceu em São João Nepomuceno, Zona da Mata Mineira, no dia 20 de dezembro de 1920. Desde pequeno o garoto era dono de uma habilidade singular, e aos 6 anos de idade já arrancava elogios na categoria de base do pequeno Mangueira Futebol Clube de Nepomuceno. Além de sua habilidade singular, o pequeno Heleno se destacava pelo seu temperamento explosivo, era comum ele ser retirado dos treinos por brigas e desentendimentos com seus colegas de time e adversários.

Filho de uma família tradicional mineira, Heleno logo cedo aprendeu a falar inglês e francês, tinha acesso a bons livros, pois sua mãe era professora e seu pai era negociante de café e possuia uma loja de tecidos e chapéus. Aos 13 anos de idade, o garoto perdeu o pai, e sua mãe decidiu ir com a família morar na Capita Federal. Já no Rio de Janeiro, Heleno era figura fácil nas peladas da Praia de Copacabana, ali ele conheceu João Saldanha e Neném Prancha, que em 1935, o levou ao Botafogo para fazer um teste. Facilmente Heleno foi aceito e aos 14 anos de idade começou a treinas nas categorias de base do Fogão. Com o advento do profissonalismo, o Botafogo encerrou as atividades de sua categoria de base no final de 1936, e Heleno foi parar no Fluminense em 1937. 

Em 1939, ele passaria a atuar pelo time profissional do Fluminense, mas o técnico Ondino Viera tinha na mão um ataque fabuloso e tricampeão carioca (36,37 e 38) formado por Tim,, Pedro Amorin, Romeu, Russo e Hércules. Como Heleno tinha um cabeceio único, o técnico começou a escala-lo na zaga, isso deixou o craque furioso, que não quis saber de conversa e voltou para o Botafogo, agora já no profissional. Com 19 anos, estudante de direito, Heleno tinha uma classe diferenciada fora de campo, usava ternos alinhados, cabelos irretocáveis e um vocabulário que intimidava até os dirigentes provenientes das melhores camadas sociais. Porém dentro do campo ele colecionava confusões e desafetos, brigava a torto e direito, com seus companheiros, juizes, torcedores e adversários, quando saia de campo, era um gentleman, tratava todo mundo com muita educação e respeito.

Apesar de não ter ganhado títulos com o Botafogo, Heleno se transformou no maior ídolo do clube até a aparição de Garrincha, já nos anos 50. Marcava gols de tudo que era jeito, e arrancava gritos das torcedoras que frequentavam os estádios cariocas. Mas Heleno também colecionou polemicas fora dos gramados. Rico, o jogador frequentava os melhores cassinos da cidade e sua vida bohêmia regada de mulheres, cigarros, bebidas e éter, começaram a prejudicar seu desempenho dentro dos gramados. Em 1944, devido sua vida sexual nada cuidadosa, Heleno foi diagnosticado com sífilis, mas nunca admitiu a doença, e não se cuidou. As primeiras manchas começaram a aparecer na região genital do atléta, mesmo assim ele ignorou a doença e não procurou tratamento, então o pior aconteceu, a doença começou a se espalhar pelo corpo até chegar no cérebro.

Heleno com a camisa do Boca Juniors

As confusões dentro do gramado aumentaram, jogadores e funcionários do Botafogo não conseguiam mais manter um relacionamento com o craque, a ponto do técnico Ondino Vieira, agora em General Severiano, profetizar que o clube não seria campeão enquanto Heleno estivesse lá. A diretoria se viu em uma situação muito difícil, pois a torcida adorava Heleno, ele fazia a alegria da galera com seus gols e suas confusões. No final de 1947 veio uma proposta do Boca Juniors da Argentina, e os dirigentes botafoguenses não exitaram em negociar o craque. No inicio de 1948, Heleno deixava o Botafogo após 9 temporadas, apesar de não ter conquistado títulos, ele é dono de uma marca impressionante, 204 gols em 233 partidas, o que lhe confere uma média de 0,87 gols por partida. 

Você se lembra que no início do texto eu disse que o título de 48 estava bem encaminhado para o Expresso Vascaíno? Pois é, não foi o que aconteceu, a frase do técnico Ondino Vieira se confirmou, na temporada seguinte após a saída de Heleno o Botafogo se sagrou campeão carioca de 1948. 

A estréia no Boca Juniors não poderia ser melhor, marcando dois gols na vitória do time portenho sobre o Banfield por 3x0. Mas a saúde mental do atléta só piorava e as seguintes confusões na Argentina abreviaram sua passagem pelo Boca Juniors. Com apenas 7 gols em 1 ano, em 1949 Heleno deixava a Argentina e voltava ao Brasil, agora para jogar no Vasco. No Gigante da Colina, Heleno ganhou seu primeiro título carioca, mas não foi decisívo na conquista. Após mais um ano de muitas confusões dentro do gramado, o craque foi tentar a sorte no Eldorado Colombiano. Se juntou a grandes craques argentinos, como Di Stefano, Pederneira e Moreno, e foi jogar pelo Atlético Junior Barranquilla, onde fez fama e muitos gols. Virou personagem preferido de um jovem jornalista chamado Gabriel Garcia Marquez, que começava sua carreira, e o chamava de "Doutor Heleno".

Heleno não aguentou a vida solitária na Colombia e voltou ao Brasil, tentou seu retorno ao Vasco, mas o técnico cruzmaltino era Flávio Costa, que era um antigo desafeto de Heleno, além de não ter aceitado as críticas feitas pelo craque ao seu trabalho por não ter sido convocado para a Copa de 50. Heleno dizia que se ele estivesse em campo, o Maracanazo nunca teria acontecido. Sem nenhum contrato no Brasil, Heleno voltou para a Colombia, mas já com 30 anos e com sua vida bohêmia ainda a todo vapor, não conseguiu repetir as boas atuações de outrora, e em apenas 3 meses estava de volta ao Brasil.

De volta ao Brasil, em 1951, Heleno conseguiu um contrato com o Santos, mas nem chegou a estreiar pelo Alvinegro Praiano, em seus primeiros treinos arrumou uma confusão com os jogadores santistas e foi mandado embora pela diretoria. No mesmo ano, já muito doente Heleno conseguiu uma última chance no América do Rio de Janeiro. Mas em sua estréia, o jogador estava muito agitado, andava de um lado para o outro, e fumava compulsivamente, subiu ao gramado antes do time, e ali protagonizou a uma das cenas mais tristes do futebol brasileiro. Heleno de Freitas, outrora chamado de "O Craque das Multidões", que arrancava elogios dos torcedores por seus golaços de cabeça e suspiro das mulheres pelo seu charme e sua postura de artista de cinema, ficou parado no meio do gramado sem saber onde estava, assim, inerte, sem se mexer. Após o início da partida ele continuava parado sem saber quem era ou onde estava. Essa foi a última aparição do craque nos gramados.

Internado em uma clínica de repouso no Rio de Janeiro, nunca deixou de lado seu jeito rebelde e fugiu pulando os muros. Foi morar com sua mãe no mesmo Bairro de Copacabana onde sua história no Rio de Janeiro começara. Durante um tempo frequentava os treinos do Botafogo e queria entrar em campo pensando que ainda era o grande craque do time, depois que era convencido do contrario, ficava nas arquibancadas assistindo ao treino com um olhar perdido e vazio. Após os treinos ia no vestiario pedir dinheiro emprestado aos ex-colegas, e até para ex-desafetos, para sustentar seu vício em éter.

Sua vida terminou no dia 8 de novembro de 1959, aos 38 anos de idade, em um leito do Sanatório São Sebastião em Barbacena. O Grande Heleno de Freitas pagou caro por levar uma vida desregrada e por achar que era inatingível, inclusive por uma doença grave como a sífilis na época. O legado do jogador é muito grande, pela seleção brasileira marcou 15 gols em apenas 18 jogos. Na memória dos botafoguenses ele será sempre aquele jogador problemático capaz de levar uma multidão aos estádio, apenas para ve-lo jogar futebol, e as vezes arrumar confusões...


sexta-feira, 26 de junho de 2009

Ademir de Menezes - O maquinista do Expresso.


Ademir com a camisa do Vasco

Por Bruno Gabrieli

"Dêem-me Ademir e eu lhes darei o título!" 
Esta frase foi dita pelo técnico do Fluminense, Gentil Cardoso, à diretoria do Fluminense. E o título veio, mas essa parte da história conteremos mais tarde.

Ademir de Marques Menezes  nasceu em Recife no dia 8/11/1922. Começou sua carreira de futebolista no juvenil do Sport Recife, desde cedo já se destacou, e rapidamente subiu para o time de cima em 1938 aos 16 anos de idade. Em 1941 sagrou-se Campeão Pernanbucano sendo o artilheiro do torneio com 11 gols. No final de 1941 esse grande time do Sport foi ao Rio de Janeiro para fazer um série de amistosos contra os grandes clubes cariocas. Queixada, como Ademir era conhecido, devido seu queixo avantajado, chamou a atenção de Vasco e Fluminense, os Cruzmaltinos levaram a melhor e com 800 mil-réis compraram o seu passe.

Mesmo contra a opinião de sua mãe, Otília Menezes, que queria que o filho se formasse no curso de Medicina na capital pernambucana, aos 19 anos o garoto partiu para o Rio de Janeiro para ajudar a escrever uma das páginas mais bonitas da história do Vasco da Gama. No Vasco ele estreiou em março de 1942, Ademir foi muito bem e durante alguns anos o Vasco chegou perto do título carioca,  em 1945 o Vasco quebrou a sequência do Flamengo (campeão em 42, 43 e 44) e sagrou-se campeão.

Em 1946, Gentil Cardoso foi contratado para ser o novo treinador do Fluminense, e foi o autor da já mencionada frase: "Dêem-me Ademir e eu lhes dou o título." E foi o que aconteceu, a  diretoria do Fluminense buscou o reforço pedido pelo novo treinador, que conseguiu comprir sua promessa. Já no seu primeiro ano pelo Fluminense Ademir comandou o time das Laranjeiras ao título carioca. No ano seguinte o Tricolor não foi tão bem e o Vasco voltou a ser campeão.

Em 1948 Ademir retorna ao Vasco e assim começa uma incrível sequência de vitórias e títulos. Esse time do Vasco ficou conhecido como o Expresso da Vitória, time que começou a ser formado em 1942 e teve eo seu auge no triênio de 48, 49 e 50, com a conquista de dois títulos cariocas, nos quais Ademir foi artiheiro das conquistas, e com o título sulamericano de 1948, segurando o River Plate de Di Stefano, conhecido como La Maquina, mas em outro post eu me dedico ao grande time do Expresso da Vitória, voltemos ao Ademir.



De volta ao Vasco, Ademir se firmou como um dos maiores jogadores da história do clube, sendo o segundo maior artilheiro da história cruzmaltina, sendo ultrapassado quase 40 anos depois por Roberto Dinamíte. Com uma sequência impressionante o Vasco foi campeão carioca em 49, 50 e 52, tendo Ademir como o artilheiro nas duas primeiras conquistas, campeão sulamericano em 48. Pelo Vasco Ademir jogou 429 jogos, marcando 301 gols, uma impressionante média de o,7 gol por jogo.

Esse time do Vasco, junto com o São Paulo de Leônidas, foram as bases da Seleção de 50. O Vasco cedeu para o time de Flávio Costa 8 jogadores, 6 como titulares. Ademir foi o centro-avante da seleção, e durante aquela competição marcou nada menos do que 9 gols, sendo assim o maior artilhilheiro brasileiro em uma única edição de Copa do Mundo, e o jogador brasileiro a marcar mais gols em apenas um jogo de Copa do Mundo, marcou 4 gols na goleada de 7x1 sobre a Suécia.

Pela Seleção Brasileiro Ademir escreveu uma grande história também, sendo Campeão Sulamericano em 1949, Campeão da Copa Rio Branco em 50, Campeão da Copa Oswaldo Cruz também em 1950, Vice-campeão do Mundo e artilheiro em 50 e Campeão Pan-americano em 1952. Em 41 jogos pelo selecionado brasileiro marcou 35 gols, o que lhe confere uma média de 0,85 gol por jogo, uma marca difícil de ser alcançada na Seleção.

Em 1956, Ademir voltou ao Sport Recife e no início do ano seguinte, aos 34 anos de idade, encerrou sua carreira. Questionado por deixar os gramados ainda jovem, ele respondeu: "Larguei o futebol, antes que ele me largasse." Queixada preferiu encerar sua carreira ao seu gosto e não quando o futebol não o quisesse mais, que infelizmente é o que acontece com a maioria dos jogadores de hoje, que não sabem a hora de parar.

A maioria dos vascaínos que viram Ademir jogar, dizem, e não a toa, que ele foi o maior jogador a vestir a camisa cruzmaltina.




quarta-feira, 20 de maio de 2009

El Tigre




Por Bruno Gabrieli

"El Tigre"!!! Este foi o apelido que jogadores e jornalistas uruguaios deram a Arthur Friedenreich, um paulistano nascido na esquina das ruas Vitória e do Triunfo no bairro da Luz. Friedenreich nasceu em 1892 e era filho de um comerciante alemão com uma lavadeira negra nascida em São Paulo.

El Tigre foi o maior craque brasileiro do amadorismo, o primeiro ídolo do futebol brasileiro. Começou sua carreira no Germânia (atual Esporte Clube Pinheiros, durante a Segunda Guerra Mundial o clube de oringem alemã foi obrigado a mudar seu nome), em 1909. Fried era mulato e só conseguiu jogar no clube por ter oringem alemã, mas mesmo assim sobreu bastante preconceito nos corredores do clube. Isso fez com que ele saisse do Germânia e fosse jogar no Ypiranga, também da capital paulista. Em 1911 ele retorna ao Germânia, onde fica mais um ano. Nos anos seguintes Friedenreich roda em muitos times da capital, entre eles Mackenzie, Ypiranga, Atlas, Americano, Paulista, Payssandu, teve também uma breve passagem pelo Flamengo do Rio de Janeiro, até chegar no Paulistano em 1917, clube onde ele escreveu páginas maravilhosas da história do futebol brasileiro.

No Paulistano Fried ganhou nada menos que 6 títulos paulistas (1918, 1919, 1921, 1926, 1927 e 1929). Foi o grande nome deste time, que em 1925 foi o primeiro time brasileiro a fazer uma turnê pela Europa e em 10 jogos, foram 9 vitórias e um empate, após uma vitória de 7x2 em cima dos franceses, a imprensa francesa chamou Friedenreich de "O Rei do Futebol". Friedenreich foi artilheiro do campeonato paulista nove vezes: Mackenzie em 1912 com 12 gols, Ypiranga em 1914 com 12 gols, mais uma vez pelo Ypiranga em 1917 com 15 gols, pelo Paulistano ele foi o artilheiro em 1918 com 25 gols, 1919 com 26 gols, 1921 com 33 gols, 1927 com 13 gols, 1928 com 29 gols e 1929 com 16 gols. Além de ser o grande artilheiro do Paulistão, ele foi o artilheiro do Campeonato Carioca em 1935 no seu retorno ao Flamengo.

Em 1929 com o advento do profissionalismo no futebol, o Paulistano resolver dissolver seu departamento de futebol, nos meses seguintes Friedenreich ficou rodando por alguns clubes (Internacional de São Paulo, Atlético Santista e Santos) até ser criado o São Paulo da Floresta, clube fundado por jogadores do Paulistano que ficaram sem time para jogar, esse clube é o embrião do atual São Paulo Futebol Clube que surgiria em dezembro de 1935 após uma fusão. Pelo São Paulo da Floresta Friedenreich foi campeão Paulista mais uma vez, em 1931, acumulando o seu sétimo caneco do Paulista.


Friedenreich com o uniforme do Paulistano

Friedenreich teve uma grande carreira na Seleção Brasileira, participando da primeira partida realizada pelo selecionado brasileiro em 1914 contra o clube inglês Exeter City, neste jogo Fried saiu de campo com dois dentes quebrado devido ao jogo duro dos ingleses. O Brasil venceu o jogo. Mas seu grande momento foi no Sulamericano de 1919 disputado no Uruguai, na final contra os donos da casa, El Tigre marcou o gol da vitória brasileira na prorrogação ganhando assim seu famoso apelido e uma homenagem do compositor Pixinguinha que compôs o choro "Um a Zero". Em 1922 Friedenreich seria mais uma vez campeão Sulamericano pela seleção, de novo tendo um papel importante na conquista. Já no início do nosso futebol, a cartolagem já fazia suas imbecilidades, em 1930 por uma briga entre cartolas cariocas e paulistas, ficou decidido que jogadores paulistas não participariam da campanha brasileira na Copa do Uruguai, talvez se Friedenreich estivesse em campo, nossa sorte seria outra e poderíamos ter vencido nosso primeiro título mundial. Essa foi a grande decepção na vida do jogador. Em seus 23 jogos pela Seleção marcou 12 gols.

A vida e a carreira do Tigre foi marcada por algumas polêmicas e curiosidades, ele era contra o profissionalismo no futebol, mas foi o primeiro jogador brasileiro a fazer gol na era do profissonalismo. No dia 12 de março de 1933, as 16 horas e 7 minutos ele abriu o placar da partida entre São Paulo da Floresta e Santos, partida que marcou o início do profissionalismo no Brasil. A partida terminou com o placar de 4x1 para o São Paulo. Outra curiosidade na vida do jogador foi que ele se engajou na causa Paulista da Revolução Constitucionalista de 1932, doando medalhas e troféus pessoais aos praças paulistas.

Mesmo após sua morte, em uma casa doada pelo São Paulo Futebol Clube na Rua Cunha Gago no bairro de Pinheiros em São Paulo em 1969, ao 77 anos, uma polêmica cerca sua carreira em relação ao número de gols marcados pelo craque. O número que a Fifa e o Guiness Book reconhecem é de 1329 gols (no Guiness Book o recorde vem como não comprovado). Com esses números o Tigre seria o maior artilheiro da história do futebol mundial, mas essa quantidade de gols não possui comprovação e parece absurda devido a quantidade de partidas realizadas pelo jogador. Mas de onde vem esses números?

Seu pai, Oscar Friedenreich, anotava todos os gols feitos pelo seu filho em uma pasta, após sua morte, um amigo da família e jogador do Paulistano, Mario de Andrade (homônimo do famoso escritor modernista) teve a incumbência de anotar os gols, mas essa pasta se perdeu com o tempo e não existe a comprovação desse número de gols. Em 1999 o jornalista Alexandre da Costa fez uma grande pesquisa dos jogos e gols de Friedenreich, para a confecção do livro biográfico do jogador. Com base em jornais da época, o jornalista desmitificou a possibilidade de Friedenreich ter feito 1329 gols. Oficialmente o jogador marcou 554 gols em suas 561 partidas. Após esse levantamento Pelé volta a ser o maior artilheiro da história do futebol com 1282 gols, mas Friedenreich continua com um número impressionate, ele possui a maior média de gols da história do futebol. Em 561 partidas Fried marcou 554 gols, possuindo uma média de 0,99 gols por jogo, superando o Rei Pelé que tem uma média de 0,93 (1282 gols em 1375 jogos).

Polêmicas a parte, Friedenreich foi o grande jogador do futebol brasileiro na era do amadorismo, nas décadas de 10, 20 e 30 ele reinou absoluto nos campos brasileiros. Não à toa ele foi eleito o primeiro Rei do Futebol pelos Franceses e o Grande Tigre pelos Uruguaios!!!

segunda-feira, 18 de maio de 2009

A história do Brasileirão


     Atlético Mineiro campeão em 71


Por Bruno Gabrieli

Sabe esses jogos que estão acontecendo nos finais de semana? Você tem acompanhado? 
Então, caso alguém não saiba, e isso não é nenhum absurdo, esses jogos são do Campeonato Brasileiro de 2009. O Brasileirão começou, mas como de costume ainda não engrenou como deveria. 

Muitos são os motivos, o principal na minha opinião é porque metade dos clubes da primeira divisão (São Paulo, Cruzeiro, Palmeiras, Grêmio, Corinthians, Fluminense, Vitória, Coritiba, Flamengo e Internacional) estão envolvidos nas retas finais de outros campeonatos, Copa Libertadores da América e Copa do Brasil, isso faz com que o início do Brasileirão seja colocado de lado por jogadores, dirigentes e até torcedores. Outro motivo importante é que o campeonato começa muito colado no final dos estaduais, e os times nem tem chance de se programar, se recuperar das finais. O Flamengo, por exemplo, menos de uma semana após ser campeão carioca num jogo muito difícil contra o Botafogo, entrou em campo no Mineirão contra o também campeão estadual Cruzeiro pelo Brasileiro. As torcidas e os elencos ainda estavam comemorando os títulos  quando seus times estreiavam no principal torneio do calendário do futebol brasileiro. Como o Brasileirão vai demorar para pegar no tranco apenas com o final da Libertadores e Copa do Brasil, vou apresentar aos amigos a história do Brasileirão, e algumas curiosidades.

O Campeonato Brasileiro da forma que nós conhecemos começou em 1971, com a primeira e a segunda divisão, e a participação de times do país todo. Nesse periodo tivemos milhares de fórmulas até chegarmos nos pontos corridos de hoje com 20 clubes em cada divisão. Na minha opinião esse formato é o mais apropriado, pois o campeonato fica mais justo, coroando a regularidade, e não espasmos de genialidades, como no mata-mata. A Copa do Brasil e a Libertadores já saciam o sede dos torcedores por eliminatórias. Outro fator a favor dos pontos corridos é que os clubes jogam o campeonato da primeira a última rodada, podendo se organizar, vender carnês à sua torcida, garantindo dinheiro para terminar o ano no azul. Mas essa discução é muito grande e vou deixa-la para outro post. Vamos falar de história!

Em 1971 o Atlético Mineiro foi o campeão, com o São Paulo ficando em segundo lugar. Nos dois anos seguintes o Palmeiras se sagrou campeão, com Botafogo e São Paulo sendo vice-campeões de 72 2 73 respectivamente. Oficialmente a Acadêmia do Palestra é o primeiro time bicampeão nacional, e por que oficialmente? Porque antes de 71 tiveram outras tentativas de se formar um campeonato nacional, mas nenhum torneio tinha a cobertura nacional que o torneio de 71 trazia. Essa discução é muito recente, com alguns clubes campeões antes de 71 reinvidicando a contagem dos campeonatos anteriores como títulos nacionais. Essa história começou em março de 1920, quando o Fluminense organizou um pequeno torneio com os campeões dos principais estados, o Paulistano de São Paulo e o Brasil de Pelotas, do Rio Grande do Sul foram convidados à participar. O Paulistano foi campeão e a CBD (Confederação Brasileira de Desportos, atual CBF) considerou o Paulistano Campeão Nacional.

Em 1933 começou a ser disputado o Torneio Rio-São Paulo, entre as principais equipes Paulistas e Cariocas. O campeão deste torneio era consierado o principal time do País, mas isso não pode ser considerado o Campeão do Brasil, pois o futebol estava se desenvolvendo nos outros estados e a eles não era dada a chance da disputa. Em 1936 um novo torneio foi formulado com os campeões dos estados do Sudeste. Participaram neste quadrangular o Fluminense (Rio de Janeiro), a Portuguesa (São Paulo), o Rio Branco (Espirito Santo) e o Atlético Mineiro (Minas Gerais), O Galo foi campeão, mas ainda não tinhamos um torneio nacional.

O torneio Rio-São Paulo começou a ser disputado regularmente apartir de 1950, e o campeão era considerado o melhor do país, pelo menos pela imprensa paulista e carioca. Com a criação da Libertadores da América em 1960, a CBD precisava indicar o participante brasileiro na competição continental. Em 1959 foi criada a Taça Brasil, torneio que participava os campeões dos principais estados. O Bahia sagrou-se campeão e foi o primeiro clube brasileiro a representar o Brasil na Libertadores. Na segunda edição Palmeiras foi campeão, nos 5 anos seguintes (de 61 a 65), o Santos foi o campeão. Em 66 o Cruzeiro de Belo Horizonte bateu o Santos de Pelé na final, mostrando que times fora do eixo Rio-São Paulo também poderiam ser campeões nacionais, a Taça Brasil durou até 1968. O Torneio Rio-São Paulo continuava a todo vapor, e a CBD decidiu acrescentar clubes gaúchos, bahianos, mineiro e paranaense a esse torneio. Assim surgiu o Robertão, que foi disputado de 1966 até 1970. A partir daí o Brasileirão começou a ser disputado.

Hoje a CBF considera apenas os títulos do Campeonato Brasileiro disputados apartir de 71. Assim o São Paulo é o principal campeão brasileiro com 6 títulos (77, 86, 91, 06, 07 e 08) e 5 vice-campeonatos (71, 73, 81, 89 e 90), o segundo neste ranking é o Flamengo com 5 títulos (80, 82, 83, 87, dividido com o Sport Recife, e 92). O terceiro neste ranking é o Palmeiras com 4 títulos (72, 73, 93 2 94) e 2 vice-campeonatos (78 e 97). O quarto seria o Vasco da Gama com 4 títulos (74, 89, 97 e 2000) e 2 vice-campeonatos (79 e 84). O quinto é o Corinthians com 4 títulos também (90, 98, 99 e 05) e dois vice-campeonatos (94 e 02). o Sexto é o Internacional com 3 títulos (75, 76 e 79). O sétimo é o Santos com 2 títulos (02 e 04) e 3 vice-campeonatos (83, 95 e 03). O oitavo é o Grêmio com 2 títulos (81 e 96) e 1 vice-campeonato (82). o nono é Atlético Mineiro com 1 título (71) e 3 vice-campeonatos (77, 80 e 99), o décimo é o Cruzeiro com 1 título (03) e 3 vice-campeonatos (74, 75 e 98). O décimo primeiro é o Guarani com 1 título (78) e dois vice-campeonatos (86 e 87). O décimo segundo é o Botafogo com 1 título (95) e dois vice-campeonatos (72 e 92). O décimo terceiro é o Atlético Paranaense com 1 título (01) e 1 vice-campeonato (04). Os demais são Fluminense, Coritiba, Bahia e Sport com um título e nenhum vice-campeonato.

Se contarmos os títulos da Taça Brasil essa lista muda um pouco, não vou contar aqui os títulos do Robertão, pois participavam apenas alguns estados. Segue a lista com os campeões da Taça Brasil e Campeonato Brasileiro:

1 - Santos (7 títulos - 2 Brasileiros e 5 Taça Brasil)
2 - São Paulo (6 títulos - todos Brasileiros)
3 - Palmeiras (6 títulos - 4 Brasileiros e 2 Taça Brasil)
4 - Flamengo (5 títulos - todos Brasileiros)
5 - Vasco (4 títulos - todos Brasileiros)
6 - Corinthians (4 títulos - Todos Brasileiros)
7 - Internacional (3 títulos - todos Brasileiros)
8 - Grêmio (2 títulos 0 todos Brasileiros)
9 - Botafogo (2 títulos - 1 Brasileiro e 1 Taça Brasil)
10 - Cruzeiro (2 títulos - 1 Brasileiro e 1 Taça Brasil)
11 - Bahia (2 títulos - 1 Brasileiro e 1 Taça Brasil)
12 - Atlético Mineiro (1 título Brasileiro)
13 - Guarani (1 título Brasileiro)
14 - Atlético Paranaense (1 título Brasileiro)
15 - Fluminense (1 título Brasileiro)
16 - Coritiba (1 título Brasileiro)
17 - Sport (1 título Brasileiro)

Nesse ranking coloquei apenas os campeões nacionais, e utilizei o número de vice-campeonatos como critério de desempate.Para arrematar essa história: o São Paulo é o maior campeão do Campeonato Brasileiro, e o Santos é o time com o maior número de títulos nacionais.

A partir de julho nosso campeonato pega fogo, e assim ele é o campeonato nacional mais legal do mundo, na minha opinião. Vamos torcer para que o nível seja alto e tenhamos bons jogos!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Brasileirão 2009 - O fim da hegemonia paulista?





Por Bruno Gabrieli

Antes de mais nada gostaria de pedir desculpas aos amigos que acompanham este blog, por motivos de força maior os blogueiros de plantão (Bruno e Henrique) não puderam escrever ultimamente, mas estamos de volta a todo vapor, com muitas idéias de postagens. Dito isto, vamos ao Campeonato Brasileiro.

No último final de semana começou o Campeonato Brasileiro 2009, um campeonato que já está marcado pela presença de grandes craques, como a muito tempo não víamos por essas bandas. Os principais clubes brasileiros apresentam bons elencos e alguns jogadores de nível internacional, verdadeiros craques. A maioria dos clubes estão finalmente aprendendo a jogar uma competição longa de pontos corridos, montando bons elencos e não apenas bons times, como eramos acostumados, assim teremos um campeonato ainda forte mesmo depois da tão temida janela européia, que nos últimos anos retalhava nosso campeonato levando os principais nomes do torneio. 

Os últimos anos foram marcados por uma hegemonia paulista, como sugeri o título desse post, para se ter uma idéia, nas últimas 10 edições do campeonato brasileiro os paulistas ficaram com 7 canecos, sendo que nos últimos 3 anos apenas o São Paulo FC levou o título (um tricampeonato inédito no torneio). Mas esse ano teremos grandes chances de ter essa hegemonia quebrada, pois grandes elencos foram apresentados, como dito acima, vamos analizar a chance dos principais clubes do torneio.

A favor dos paulistas temos o São Paulo, que não começou bem a disputa, perdendo para o Fluminense no Maracanã, mas isso pode não ser problema para o Tricolor Paulista, que nos últimos anos começou o campeonato cambaleando e terminou com arrancadas espetáculares para o título. O Corinthians tem um belo time com jogadores que estão se destacando, como o goleiro Felipe, Chicão, André Santos, Cristian, Elias, Dentinho e o mais do que craque Ronaldo Fenômeno. O Timão faturou o Paulistão é com toda certeza é um dos favoritos ao título. O Palmeiras vem um passo atrás nessa disputa em minha opinião, pois não tem um elenco tão forte, e sim um bom time, mas com Keirrison, Diego Souza, Marcos e Luxemburgo não se pode brincar, e o palestra corre por fora. Dentre os Paulistas o Peixe é o time que está mais longe do título hoje, com um bom time e um ótimo técnico o Santos corre para se reforçar. Com Neymar, Kleber Pereira, e o incansável Madson, o Peixe se sagrou vice-campeão paulista desbancando favoritos, mas para uma competição longa penso que o Santos está um pouco atrás.

Para quebrar essa hegemonia paulista temos os times gaúchos, o Internacional vem para o torneio como um dos principais favoritos, com um time que vem encantando a todos os Colorados vão dar muito trabalho. Um ataque formado por Nilmar, Tayson e D'alessandro, e um meio de campo forte liderado por Magrão e Guiñazu, os Colorados estão para mim entre os 5 principais favoritos. Já o Grêmio eu vejo um passo atrás do Inter, com um time competitivo que vem jogando muito bem na Libertadores o Tricolor Gaúcho peca em não ter montado um elenco tão forte, seus destaques são os meias Souza (ex-São Paulo) e Tcheco, além dos atacantes Herreira, Maxi Lopes e Alex Mineiro, mas na ausência desses jogadores o banco não é capaz de manter a qualidade. A favor dos gremistas está a chegada de Paulo Autuori, na minha opinião um dos melhores treinadores brasileiro na atualidade.

Entre os cariocas os destaques seriam Flamengo e Fluminense. Os rubros-negros chegam ao torneio tri-campeões carioca e com um reforço de muito peso, o atacante Adriano, que será fundamental na campanha flamenguista. Além do Imperador, o Flamengo possui um ótimo time com os laterais-meias Juan e Léo Moura, e os meias Kleberson e Ibson. Se Adriano conseguir um parceiro para o ataque (mesmo o Obina sendo melhor que o Eto'o, não da para ser campeão com ele), o mengão será um dos principais candidatos. O Flu tem a presença de outro grande craque, Fred chega as Laranjeiras com promessa de muitos gols, mas para isso ele precisa da ajuda de outro atacante, que os Tricolor Carioca ainda não possui. O meia Conca será muito importante na campanha, alimentando o ataque. Não vejo o Flu como candidato ao título, mas da para surpreender e morder uma vaga para a Libertadores do ano que vem.

Dentre os mineiro o destaque é o Cruzeiro, que tem um bom time e vem jogando um ótimo futebol. O time de Adilson Batista tem um forte meio de campo comandado pelo craque Ramirez e um ataque de respeito com Kleber "Cotovelo", Thiago Ribeiro e Wellington Paulista., vejo o Cruzeiro como um dos 5 candidatos ao título também. Já o Atlético Mineiro segue no seu calvário para montar um bom time, com reforços de qualidade creio que os atleticanos podem conseguir uma vaga na Sulamericana ficando entre os 10 primeiros.

Do nordeste os destaques são Sport e Vitória. Acredito que o Leão de Recife fará uma grande campanha, sendo muito importante para a decisão do título, não creio que eles vençam, mas acho que irão tiram muitos pontos dos favoritos. Nelsinho Batista conseguiu montar uma ótima equipe e deu um padrão de jogo. Os destaques são o eterno Paulo Baier, Durval, Dutra, Andrade e o jovem atacante Ciro, sem contar na força da temida e esburacada Ilha do Retiro. Já o Vitória está um pouco atrás do Sport, com uma grande campanha no ano passado, o elenco foi dissolvido perdendo seus destaques Marquinhos e Willians e seu treinador Wagner Mancini para o Peixe, consigo projetar o meio da tabela para o Vitória, uma campanha digna, mas longe de elogios.

Bem essas são minhas expectativas para o Brasileirão, tendo São Paulo, Corinthians, Internacional, Flamengo e Cruzeiro como os principais candidatos ao título, e correndo por fora Palmeiras, Santos, Grêmio, Fluminense e Sport. Veremos no fim quem leva a taça. Será que esse ano o título sai do Estado de São Paulo? Deixe aqui o palpite de vocês!!!


quinta-feira, 7 de maio de 2009

Enfim o jogo do ano!!!



Por Henrique Davini

Na última terça e quarta (5/5 e 6/5) foram conhecidos os dois grandes finalistas da UEFA Champions League; Manchester United que venceu o Arsenal e Barcelona que eliminou o Chelsea farão, dia 27/05, no Estádio Olímpico de Roma o confronto decisivo do maior torneio de clubes do velho continente.

As semifinais deste torneio não foram marcadas por grandes jogos, os 4 adversários que disputavam as 2 vagas (Arsenal, Manchester United, Barcelona e Chelsea) , se respeitaram demais e os confrontos foram caracterizados por um forte esquema de marcação formado pelos clubes, obrigando os ataques a ficarem girando a bola pelo campo sem conseguir produzir grandes jogadas, onde os finalistas foram decididos em lances isolados.

 No jogo Arsenal x Manchester United o fator que impulsionou a classificação dos “Red Devils” foram às sucessivas falhas na defesa do clube de Londres. No primeiro jogo em Manchester, no “Teatro dos Sonhos”, uma rebatida mal tirada da zaga do Arsenal empurrou a bola para os pés de O’Shea (lateral do Manchester), que não perdoou o goleiro Almúnia e garantiu a vitória dos mandantes; no jogo de volta em Londres, novamente a defesa do Arsenal deixou escapar as chances do time de ir para a final da competição, primeiro com o jovem lateral Gibbs que escorregou e deixou a bola na área para Park que “fuzilou” o goleiro espanhol do time londrino e depois, o próprio Almúnia falhou ao se posicionar mal em uma cobrança de falta do craque Cristiano Ronaldo, que foi fundamental para a classificação do Manchester, e o melhor jogador de todos os jogos das semifinais (na opinião do autor). Os “Red Devils” ainda fizeram mais um gol com C. Ronaldo em uma linda jogada de contra-ataque e “selaram” seu passaporte para Roma com um placar de 3x1 em Londres e de 4x1 no agregado dos dois jogos.

Na outra semifinal Barcelona e Chelsea fizeram dois jogos muito equilibrado e emocionante, se considerarmos que os “Blues” estavam classificados para a final até os 48 minutos da etapa complementar do segundo jogo, quando Iniesta acertou um ‘balaço” no ângulo do goleiro tcheco, Peter Cech, e confirmou os catalães no jogo decisivo. A primeira partida foi disputada no Camp Nou, em Barcelona, e os dois clubes não saíram de um empate sem gols; este jogo foi marcante pois revelou ao público um Barcelona perdido dentro de campo, sem criatividade diante de uma defesa forte formada pelo técnico Gus Hiddink, onde as estrelas de Messi, Henry e Eto’o se ofuscaram perante o paredão do clube inglês; os catalães tentaram muito, mas sem suas grandes estrelas, que não estavam inspiradas em nenhum dos dois jogos, não conseguiram ir para Londres com uma vantagem no placar. Já na capital inglesa, no Stanford Bridge, o jogo já melhorou um pouco; o Chelsea desde o início se impôs dentro de campo e foi melhor durante toda a partida e, pelo futebol apresentado no geral e contando com má apresentação do Barcelona nos dois jogos, merecia ir a Roma disputar a final contra o Manchester e tentar a sua revanche pessoal (lembrando que a final do torneio 07/08 foi entre os times ingleses e o Manchester sagrou-se campeão nos pênaltis). Bem, mas quem disse que futebol tem algo a ver com justiça? Mesmo jogando melhor, os “Blues” se conformaram com o magro placar de 1x0 que tinham conquistado logo no início do jogo, graças a um golaço do meia ganês Essien, e deram “sopa pro azar”! Como já foi dito, aos 47 minutos da etapa complementar, depois de um bate-rebate na área dos londrinos, Messi ficou com a bola e só rolou para Iniesta soltar a “bomba” para cima de Cech e concretizar a classificação do Barcelona à final com um empate de 1x1, e se valer da vantagem de ter feito um gol fora de casa. Este confronto também foi marcado pelas reclamações do time londrino à arbitragem do norueguês Tom Henning, que supostamente teria prejudicado os “Blues” ao deixar de marcar pênalti em alguns lances do segundo jogo.

Agora teremos o confronto mais esperado de todo torneio deste ano. De um lado o atual campeão da Europa, Manchester United, que conta com a maior série de invencibilidade da história da UEFA Champions League, com Cristiano Ronaldo, o atual melhor jogador do mundo segundo a FIFA, um elenco muito forte e bem entrosado que pode se dar ao luxo de ter Carlos Tevez em seu banco de reservas, atual Campeão Mundial e a ponto de conquistar o tricampeonato inglês; e do outro lado o Barcelona, com um time que vem encantando o mundo com seu jeito de jogar, que conta com a estrela de Lionel Messi (favorito ao o prêmio de Melhor Jogador do Mundo de 2009 da FIFA), além do implacável Samuel Eto’o, e de um elenco magnífico formado por Henry, Xaví, Iniesta, Dani Alves, etc..., Líder absoluto do Campeonato Espanhol.

Sem dúvida nenhuma é a final do melhores times do mundo na atualidade, será a força e a competência do Manchester United contra a magia e o carisma do Barcelona, e ainda poderemos assistir o confronto das duas principais estrelas do futebol mundial no momento, Cristiano Ronaldo x Lionel Messi. Quem sairá vencedor? Façam suas apostas!!!!  E preparem suas unhas, pois elas serão roídas!!!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Campeões do Brasil



Por Henrique Davini

Neste último domingo (03/05) foram definidos em muitos lugares do Brasil, os campeões estaduais da temporada de 2009. Fora o Internacional de Porto Alegre e o Sport de Recife que já haviam conquistado o Gauchão e o Pernambucano, respectivamente, nenhum outro campeonato estadual havia sido decidido até então e, eu gostaria de citar algumas destas conquistas neste ensaio.

Em Santa Catarina, após 12 anos de jejum, o Avaí conquistou o título do estadual depois vencer o Chapecoense, de virada, pelo placar de 6x1 (3x1 no tempo regular e por 3x0 na prorrogação). Desde 1997 o time catarinense não conseguia vencer o estadual e ainda teve que observar seu maior rival, o Figueirense se tornar o grande vencedor do estado, com 15 taças conquistadas. Agora em 2009, ano que marca a volta do clube a 1° divisão do Campeonato Brasileiro, o time conseguiu conquistar sua 14° taça do catarinense e dar esperanças à sua torcida que sempre encheu as arquibancadas da Ressacada.

No Paraná, o Atlético-PR sagrou-se campeão após vencer o octogonal decisivo do paranaense e com isto estragou a festa de centenário do seu arqui-rival Coritiba. No jogo final o Furacão recebeu o Cianorte na Arena da Baixada e sem dificuldades venceu o jogo por 2x0 com mais um gol do artilheiro do time no ano, Rafael Moura. Com a vitória tranqüila, o time rubro-negro não precisou depender de nenhum outro resultado, já que fez a lição de casa e terminou na ponta da classificação do octogonal decisivo, com a melhor campanha da competição e alcançou sua 22° taça do paranaense.

Na Bahia, o Vitória fez valer a vantagem de ter feito a melhor campanha na 1° fase e de ter triunfado no jogo de ida por 2x1 para conquistar o tricampeonato Baiano. A consagração veio diante do maior rival, o Bahia, após um empate por 2x2, neste último domingo. Com a conquista, o rubro-negro (que tinha no início do ano como treinador, Vagner Mancini, atual treinador do Santos), mantém a hegemonia estadual, tendo vencido 6 dos últimos 7 Campeonatos Baianos (perdeu apenas para o Colo-Colo de Ilhéus em 2006). Já o Bahia aumenta o jejum, uma vez que não vence o torneio desde 2001.

Também pelo terceiro ano consecutivo, o Fortaleza sagrou-se campeão cearense, fato que não ocorria desde a tríplice conquista de 1926/27/28.  O time tricolor ficou no empate por 1x1 com o rival Ceará e fez valer a vantagem do jogo de ida (no qual venceu por 2x1 com uma arbitragem muito polêmica de Carlos Eugênio Simon), para levantar o troféu. Ter sido campeão em cima do rival Ceará fez pender para o lado do Fortaleza um grande equilíbrio que existe no Campeonato Cearense; antes da final de 2009, os clubes já haviam decidido o estadual 26 vezes, com 13 conquistas para cada lado. Agora o time tricolor conta com esta vantagem de uma vitória a mais quando o assunto são decisões entre ele e o Ceará, porém o alvinegro ainda tem a hegemonia em números totais de títulos estaduais, são 39 taças para o time do Vovô.

Em Goiás, o Goiás confirmou seu favoritismo dentro do estado e se sagrou campeão faturando seu 22° título do torneio goiano e encerrando um jejum de fracassos de dois anos. Uma semana depois de perder por 2x1, o time esmeraldino voltou ao Serra Dourada e, desta vez, venceu o Atlético-GO por 2x0, derrotando o seu carrasco de 2007. Esta taça premiou o clube que teve a melhor campanha durante todo o campeonato, o Goiás liderou a chave B, da qual o Atlético-GO também fazia parte, e passou às semifinais do estadual como 1° colocado, com 44 pontos conquistados em 17 jogos.

Em Minas Gerais, o Cruzeiro conquistou seu 35° titulo estadual e se tornou bi-campeão mineiro após segurar o grande rival Atlético-MG no Mineirão. A equipe celeste soube administrar a boa vantagem conquistada no duelo de ida (5x0) e ficou no empate por 1x1 com o Atlético-MG, garantindo o titulo de 2009 de maneira invicta. Com a confirmação do título invicto, o Cruzeiro alcança o feito pela 10° vez em sua história, além disso, o empate fez o time de Adílson Batista completar 12 jogos sem derrotas para o principal rival, na história recente dos duelos (10 vitórias e 2 empates).

Com o impressionante público de 78.393 pessoas no Maracanã, a história de 2007 e 2008 se repetiu no Rio de Janeiro, onde Flamengo e Botafogo se enfrentaram na final do Campeonato Carioca e, pela 3° vez consecutiva, o time rubro-negro derrotou o rival e conquistou o campeonato estadual. Desta vez, o elenco comandado por Cuca (que finalmente desencantou e conseguiu ganhar um título de expressão no futebol), venceu o clube alvinegro nos pênaltis após um 2x2 no tempo normal e ficou com o “caneco”. Agora, com mais esse título, o Flamengo alcança um número invejável, o clube chega ao seu 31º título estadual e supera o rival Fluminense, que soma 30, tornando-se o maior vencedor do Rio de Janeiro. O Botafogo, por outro lado, mantém-se com 18 troféus. Outro dado singular deste confronto, é que nas derrotas do Botafogo de 2007 e 2008, o técnico do time da estrela solitária era Cuca, que agora conquistou seu primeiro titulo derrotando o próprio Botafogo. O jogo deste domingo também marcou a despedida dos gramados de Fábio Luciano, zagueiro do Flamengo, que no final da partida acabou sendo expulso por colocar a mão na bola.

Em São Paulo, após 6 anos de jejum, o Corinthians voltou a levantar o título de campeão paulista, após empatar em 1x1 com o Santos no Pacaembu. Com 13 vitórias e 10 empates, a equipe do Parque São Jorge comemorou de maneira invicta a 26ª conquista do estadual na sua história, torneio no qual é o maior vencedor.  A façanha corintiana representa o fim de um jejum de 37 anos em que o estadual de São Paulo não conhece um campeão invicto (a última vez tinha sido em 1972, com o Palmeiras se sagrando campeão). Agora o alvinegro paulistano se tornou o maior campeão de forma invicta da competição, com 5 títulos (1914, 1916, 1929, 1938 e 2009), seguido pelo Palmeiras com 4 títulos; o São Paulo tem somente 1 título paulista invicto.

Para finalizar, porém não menos importante, gostaria de ressaltar a conquista da Ponte Preta, que se sagrou campeã do Troféu Campeão do Interior do Campeonato Paulista 2009, neste último sábado (02/05), após empatar com o Barueri na Arena de Barueri. Vale lembrar que este é o primeiro título de 1° divisão que a Macaca conquista em seus 109 anos de história.

Tendo ganhado por 2x0 a partida de ida, em casa, a Ponte Preta ficou em seu setor defensivo, tentando preservar sua vantagem. O Barueri se aproveitou disso e foi para o ataque, buscando anotar gols que lhe dessem o título, tanto que aos 26 minutos do 1° tempo, Pedrão (artiilheiro do Paulistão 2009) abriu o placar a favor dos donos da casa. No segundo tempo, a Ponte Preta abandonou a postura defensiva e tratou de buscar a confirmação de seu título. O Barueri tinha mais posse de bola, mas era o time visitante a se impor mais no ataque, e aos 23 minutos da etapa complementar a “estrela” de Márcio Mexerica brilha mais alto e a macaca empata a partida. O atacante já enfrentava um jejum de gols de 40 dias e vinha sendo muito criticado pelos torcedores pontepretanos, porém o técnico Marco Aurélio sempre o defendeu devido sua importância tática para o time.

Na noite deste último sábado, Marcio Mexerica retribuiu a confiança do treinador com o gol de empate da Ponte Preta, que garantiu ao clube o inédito título do Troféu de Campeão do Interior e prêmio de R$ 250 mil. Um título que, se não mata a sede de glória do torcedor pontepretano, ainda à espera de um troféu de primeira grandeza em sua história centenária, enche a todos de otimismo para a disputa da Série B do Campeonato Brasileiro, que começará na próxima sexta-feira, onde ninguém esconde que, voltar à elite do futebol brasileiro é o grande objetivo da macaca nesta temporada. 

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Equilíbrio e tradição na Libertadores da América



Por Bruno Gabrieli

Ná última quinta-feira foram realizados os últimos jogos da fase de grupos da Taça Libertadores da América 2009. A busca pela conquista mais importante do continente está sendo marcada por muito equilíbrio e luta, as equipes que todo ano entram favoritas na competição tiveram muitas dificuldades para conseguir sua classificação, e algumas delas ficaram de fora inclusive. 

Aquela máxima que sempre usamos: "Libertadores começa de fato no mata-mata.", não se aplicou esse ano, a Libertadores começou desde a primeira rodada com favoritos ao título, ou por sua tradição ou por sua qualidade dentro do campo, tendo muitas dificuldades para classificar. Três equipes argentinas ficaram de fora das oitavas, Lanús, o menos tradicional deles, San Lourenzo e o poderoso River Plate foram eliminados por antecipação, nem tiveram a chance de brigar pela vaga na última rodada. Entre o argentinos, apenas o Boca teve facilidade para classificar, devido a fragilidade do grupo, já o Estudiantes de La Plata, teve dificuldades para conseguir a vaga no mesmo grupo que o Cruzeiro.

Os brasileiros, apesar de todos terem conseguido a  classificação, não tiveram moleza nos seus grupos. Nem mesmo o Grêmio que se classificou com a melhor campanha da primeira fase não teve muita facilidade, mesmo estando no grupo mais fraco do torneio. 

Nas próximas linhas colocarei um resumo de como foram as disputas em cada grupo, afinal nem todo mundo acompanhou a primeira fase, e nós blogueiros vagabundos conseguimos acompanhar bem.

Grupo 1 - LDU, Colo-Colo, Sport e Palmeiras.
Esse foi eleito o grupo da morte deste ano, pois possuia o atual campeão, dois brasileiros e o campeão chileno. O grupo foi marcado por muito equilibrio e grandes jogos, talvez os melhores da primeira fase. A decepção foi a LDU, atual campeã ficou na primeira fase com um campanha pífea, a pior campanha de um campeão de todos os tempos, tendo anotado apenas 4 pontos (esse posto de pior campanha de um campeão pertencia ao Inter, que em 2007 não passou da primeira fase, mas consegui 10 pontos). O Sport classificou em primeiro com uma campanha invejável fora de casa, com duas vitórias e um empate, o segundo foi o Palmeiras que conseguiu a classificação nos instantes finais vencendo o Colo-Colo com um golaço do Cleiton Xavier. O Palestra começou muito mal a competição com duas derrotas, mas se recuperou bem.

Grupo 2 - Boca Juniors, Deportivo Cuenca, Deportivo Táchira e Guarani (Par).
Esse foi um dos grupos mais fracos, o Boca classificou em primeiro com 5 vitórias e apenas uma derrota para o Cuenca, em um jogo que o Boca não teve vontade alguma de vencer, jogou pelo empate e acabou perdendo. O Cuenca foi o segundo classificado, graças a vitória sobre o Boca, que foi o diferencial em relação ao Táchira. O Guarani do Paraguai foi o saco de pancadas, conseguindo apenas 1 ponto.

Grupo 3 - River Plate, Nacional do Uruguai, Nacional do Paraguai e San Martin (Per).
Quem olhasse esse grupo no ínicio da competição diria que River e Naconal do Uruguai sairíam classificados com uma certa facilidade, puro engano. O Nacional uruguaio confirmou seu favoritismo e se classificou com a terceira melhor campanha no geral, anotando 14 pontos, mas o River foi pura decepção, na quinta rodada os argentinos já estavam desclassificados, cedendo sua vaga para o surpreendente San Martin que fez bons jogos. O Nacional paraguaio foi o pior do grupo.

Grupo 4 - São Paulo, Independiente Medellin, América de Cali e Defensor Sporting (Uru).
Grupo bastante equilibrado com um leve favoritismo para o São Paulo, sempre respeitado no torneio. Mas quem pensa que o São Paulo teve vida fácil se enganou, mesmo tendo se classificado por antecipação na quarta rodada, teve que virar os jogos em casa, saiu perdendo nas três partidas e consegui duas viradas no coração e na força da torcida, pois o time não apresentou bom futebol. O América de Cali foi a grande decepção, não vencendo nenhuma partida. Já o Medellin e o Defensor brigaram pela vaga até o último minuto, literalmente, em um jogo emocionante que a vaga para as oitavas trocou de mão 7 vezes, o Defensor conseguiu se classificar com um gol anotado aos 49 do segundo tempo, tendo tomado um gol dois minutos antes, aos 47. Foi um jogo sensacional.

Grupo 5 - Cruzeiro, Estudiantes, Deportivo Quito e Universidade de Sucre (Bol).
Outro grupo que parecia "mamata" para Cruzeiro e Estudiantes, mas não foi bem assim, ambos conseguiram se classificar na última rodada. O destaque desse grupo foi a goleada de 4 x 0 que o Estudiantes aplicou no Cruzeiro, como esperado o Sucre foi mal e o Quito surpreendeu lutando pela vaga até a última rodada.

Grupo 6 - Lanús, Caracas, Chivas e Everton (Chi).
Talves um dos grupos com jogos mais equilibrados, apesar da goleada de 6 x 2 que o Chivas aplicou no Everton, o grupo teve jogos equilibrados e emocionantes. A decepção ficou por parte do argentino Lanús, que foi eliminado muito facilmente, mas o outros três brigaram até a última rodada com Caracas e Chivas conseguindo a vaga. 

Grupo 7 - Grêmio, Boyaca Chicó (Col), Universidad do Chile e Aurora (Bol).
Esse foi o grupo mais facil e desiquilibrado a favor do Grêmio. O Grêmio ficou em primeiro com a melhor campanha da competição. Apesar das 5 vitórias gremistas, o time teve um pouco de dificuldade nessas vitórias. O Aurora foi o pior time perdendo todas as partidas e o Universidad do Chile se classificou de forma emocionante ganhando a última do Aurora no final da partida e o Boyaca Chicó perdendo para o Grêmio.

Grupo 8 - San Lourenzo, Libertad, San Luis (Mex) e Universitário (Per).
O Libertad, time sem muita tradição, se classificou com certa facilidade confirmando suas últimas boas campanhas na competição. O San Lourenzo foi a decepção ficando em último do grupo, e o San Luis do México conseguiu a classificação com um gol nos últimos minutos contra o Libertad, enquanto o Universitário classificado até então perdia sua partida para o eliminado San Lourenzo.

Agora colocarei aqui os confrontos das oitavas-de- finais, dando minha opinião em relação aos confrontos. E já convido os amigos a comentarem o post deixando suas apostas para quem passa para as quartas:

Jogo 1-  Grêmio x San Martin
Os gaúchos com a melhor campanha tem a vantagem de decidir em casa até o fim da competição. Acredito que o Grêmio deve passar com certa facilidade, mesmo San Martin tendo feito boa campanha, deixando o poderoso River Plate pra trás.

Jogo 2 - Caracas x Deportivo Cuenca
Esse será um dos confrontos mais equilibrados, colocaria uma pequena vantagem para o Caracas por decidir em casa, mas não dá para arriscar muita coisa nesse confronto.

Jogo 3 - São Paulo x Chivas
Jogo complicado para o São Paulo, pois o Chivas tem feito boas campanhas na competição, inclusive complicando para o São Paulo na edição de 2006. O problema aqui é que não está definido onde será o primeiro jogo, pois com a gripe suina os mexicanos não podem jogar em casa. Com essa indefinição o planejamento do tricolor fica prejudicado, mas mesmo assim acredito que os brasileiros se classificam para as quartas.

Jogo 4 - Cruzeiro x Universidad do Chile
Os cruzeirenses tem vantagem por decidir em casa, e um time melhor também. Os jogos que assisti dos chilenos não empolgaram, penso que os mineiros devem passar com certa facilidade.

Jogo 5 - Boca Juniors x Defensor Sporting
Esse confronto será bem legal, o Boca é o favorito, primeiro pelo belo time que tem com Riquelme, Palermo, Palácios, Vargas. E a tão temida camisa e Bomboneira dos argentinos. Mas o Defensor deve vender caro essa vaga, esse time é o clássico uruguai encardido. Passa Boca.

Jogo 6 - Libertad x Estudiantes
Outro confronto muito legal de assistir e equilibrado. Penso que os argentinos passam, mas com muitas dificuldades, o time do Libertad é bem arrumado e ofensivo, mas os platenses tem ao seu favor o estádio que é uma verdadeiro caldeirão e o craque Verón.

Jogo 7 - Nacional do Uruguai x São Luis (Méx)
Aqui acho que o Nacional passa, com um jogo duro, pois os mexicanos são muito rápidos no contra ataque, assisti a duas partidas deles na primeira fase e me surpreendi com a velocidade das decidas dos mexicanos. Mas o Nacional tem a seu favor um bom time e toda a tradição que a escola uruguai carrega na competição.

Jogo 8 - Sport x Palmeiras.
Esse será o confronto mais legal de todos. Os times já se enfrentam duas vezes na primeira fase, com vantagem do Palmeiras. Os palestrinos venceram na temida Ilha do Retiro e empataram em casa. Os pernambucanos chegam espaldados por sua ótima campanha fora de casa, serão dois jogos eletrizantes..

Começa o mata-mata do campeonato mais legal de se assistir, jogos com qualidade e emoção. 

Façam suas apostas!!!


terça-feira, 28 de abril de 2009

Muito prazer, meu nome é Ronaldo!!!


Por Henrique Davini

Elias recebe a bola no meio-campo de ataque do Corinthians, carrega com categoria até a intermediária; a sua direita avista um atacante do seu time, por entre as pernas do adversário toca a bola para seu companheiro; ele domina com um leve toque de calcanhar com a perna direita e com um movimento de corpo o zagueiro santista já está completamente desorientado; mais um leve toque com o pé esquerdo e levanta a cabeça, o olho enxerga aquilo que queria. Tum! Com um certeiro toque de genialidade ele bate na bola por cobertura; Fabio Costa já está batido no lance, no meio da grande área. A bola desliza com muita propriedade pelo ar e cai no fundo das redes do gol do Peixe! O goleiro santista olha para trás sem saber o que aconteceu e de repente escuta palavras que jamais esquecerá novamente: “Muito prazer, meu nome é Ronaldo!”

"O Ronaldo fez a diferença. Foi um gol digno de uma partida de Copa do Mundo" (palavras de Pelé, domingo na Vila Belmiro). Bi-campeão mundial com a seleção brasileira, eleito 3 vezes pela Fifa o melhor jogador do mundo, o maior artilheiro da história em Copas do Mundo,... Acho que esta seria só a primeira parte do cartão de visitas de Ronaldo, maior craque do futebol mundial dos últimos 15 anos (opinião do autor), e fundamental para o time do Parque São Jorge na última tarde de domingo, na Vila Belmiro, quando aconteceu o primeiro jogo da grande final do Campeonato Paulista.

O Corinthians foi até a baixada santista e conseguiu o excelente resultado de 3x1 contra o Santos e, agora pode perder por uma diferença de até 2 gols e ainda assim será campeão no próximo domingo (03/05) no Pacaembú. O jogo começou com um ritmo muito bom, o Peixe atacava mais e o Timão retrucava com contra-ataques mortais; e foi em um deles que Fabão derrubou Moraes, falta que Chicão cobrou e depois de contar com uma falha incrível de Fabio Costa, abriu o placar a favor do alvinegro paulistano. O Santos continuou pressionando, e teve até algumas oportunidades que foram anuladas por impedimento de seu ataque (e que são bastante discutíveis), mas parece que a zaga do Peixe não estava muito ligada no jogo; tanto que aos 25 minutos, ainda da primeira etapa, Chicão rouba a bola no meio-campo e lança Ronaldo, que domina a bola de lado e com um movimento de corpo à coloca a sua frente, desorienta a zaga e toca na saída de Fábio Costa, mais uma vez vendido no lance, gol de craque. Corinthians 2 x 0 Santos e mesmo com a pressão santista o placar acabaria assim no 1° tempo. Na etapa complementar o jogo continuou bem parecido, com a diferença que zaga santista parecia ter acordado, parecia! Aos 15 minutos Triguinho bateu cruzado, quase sem ângulo e Felipe, goleirão corinthiano que vinha fazendo uma excelente partida, se atrapalha e empurra a bola para dentro. A partir daí a pressão do Peixe que já era grande se intensificou e tudo indicava que conseguiriam empatar e quem sabe virar a partida; mas o futebol é uma caixinha de surpresas e, como eu disse, a zaga santista parecia ter acordado, mas não acordou! Em um lance espetacular, e que já foi descrito no começo deste ensaio, Ronaldo finaliza o placar na Vila Belmiro, e o Corinthians consegue colocar uma mão e meia na taça do Paulista.

Muito se discutiu desde sua volta aos campos de futebol, alguns disseram que ele não agüentaria mais devido a sua idade, outros acreditavam que seria impossível se recuperar de tantas contusões sérias, outros protestaram devido a sua atual forma física, muito acima do peso que o consagrou o melhor jogador do mundo por 3 vezes. Mas Ronaldo deu a volta por cima e está deixando muita gente sem palavras neste momento. É verdade que sua volta aos gramados deve-se muito a um forte programa de marketing da Nike, sua principal patrocinadora, mas o Fenômeno está provando a cada jogo que tem condições sim de voltar a ser o maior pesadelo das zagas adversárias, e com muito esforço, dedicação e principalmente trabalho já está alcançando bons resultados, tanto que graças a ele, o Corinthians alcançou uma vantagem, neste último domingo, praticamente irreversível e já está quase lá para levantar a Taça do Paulistão. Eu sei, ainda teremos 90 minutos de jogo no Pacaembú, mas vale lembrar que o Corinthians está invicto este ano, e não leva 3 gols em uma só partida já faz muito tempo; a decisão ainda não acabou, mas se Ronaldo jogar como jogou na Vila Belmiro, dificilmente o Santos consegue reverter a vantagem do Timão. O Fenômeno ainda está longe de sua melhor fase, mas não se pode negar que ele é um craque de bola mesmo estando acima do peso e, que da intermediária para frente podemos contar nos dedos de uma só mão quem hoje, é melhor do que ele.

Ronaldo sabe o que faz com a bola; claro que não dá mais para esperar que ele faça gols como àquele contra o Compostela, na qual arrancou do meio-campo e depois de driblar metade do time só teve o trabalho de empurrar a bola para o fundo das redes, mas sem dúvida nenhuma é melhor os treinadores e os próprios jogadores começarem a observar melhor seu desempenho e voltar a respeitá-lo como o faziam em seus tempos de Fenômeno, pois se não fizerem estarão correndo sério risco de ouvir de canto de ouvido aquela frase que serve de titulo para este ensaio: “Muito prazer, meu nome é Ronaldo!”.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Um herói de papel



Por Bruno Gabrieli

A história do futebol sempre foi escrita por capítulos belos e emocionantes, e a passagem que será lembrada nas linhas abaixo não é diferente. Essa história poderia ser tirada de um livro de romances, daqueles que emocionam e faz o leitor querer entrar no livro e mudar o final, mas nesse caso infelizmente o final não pode ser mudado por ninguém, infelizmente...

Mathias Sindelar nasceu na Molrávia, então império Áustro-Húngaro (que iria se desmantelar após a I Grande Guerra) em 10 de fevereiro de 1903. Sua família era de origem judáica e muito pobre, quando ele tinha apenas 3 anos de idade seu pai levou todos para tentar uma sorte melhor em Viena. Em Viena, Mathias era um garoto comum, brincava na rua com outros garotos do bairro humilde onde morava, e como de costume no início do século passado, na Europa, a bola era a principal diversão da garotada. Mas em 1917 uma tragédia abalaria sua família, seu pai morreu durante a I Guerra Mundial, e com apenas 14 anos de idade o garoto Mathias se tornava o "homem da família", tendo que sustentar sua casa com o ofício de mecanico. Desde já a estupidez humana marcara a vida deste homem, e ela também será a responsavel pelo seu trágico fim.

No ano seguinte, 1918, o futebol entra na vida do garoto Mathias. Assistindo a uma partida de futebol do time do seu bairro, Hertha Viena, um jogador se machucou e chamaram nosso personagem para jogar, ele entra, e como se diz na gíria do futebol, acaba com o jogo. Mathias é convidado para jogar no Hertha, time que ele permanece até 1924 quando é contratado pelo principal clube do país, o Áustria Viena.

No Áustria Viena, Mathias encanta a todos com um futebol elegante e muito rápido, seu clube conquista títulos importantes como o Campeonato Autríaco de 1926, e duas Copas Mistropa (percussora da Liga dos Campeões da Europa) em 1933 e 1936. Sindelar era muito franzino e com uma velocidade e elasticidade ímpar ele ficou conhecido como " Der Papierene", "o homen de papel". Mathias jogaria no Áustria Viena até a sua morte.

Seu futebol não tomou conhecimento das fronteiras autríacas, pela seleção do seu país ele fez muito sucesso no time que ficou conhecido como "Wunderteam", time maravilhoso em alemão, comandados por Hugo Meisl, no qual ele era o principal jogador e artilheiro. Sindelar estreiou na seleção contra a Suiça e marcou dois gols na vitória por 7x1 em 1926 aos 23 anos de idade. A partir daí segue uma história de muito sucesso desta equipe, com resultados surpreendentes como: 5x0 na Escócia, 6x0 na Alemanha, 8x2 na Hungria, 4x0 na França e 2x1 na Itália, e foi contra esse adversário que o Wunderteam conheceu seu fim. 

Na Copa do mundo de 1934 a Áustria se classificou para a Copa do Mundo da Itália. Mathias foi o primeiro jogador austríaco a marcar um gol em Copa do Mundo, ao abrir o placar contra a França, partida que os austríacos venceram por 3x2, em seguida veio a Hungria, derrotada por 2x1. A Áustria estava nas semifinais, e foi sorteada para enfrentar a Itália facista de Mussolini, que não mediu esforços para ganhar aquela Copa do Mundo. O jogo terminou 1xo para a Itália, com um gol legítimo de Sindelar anulado e um penalti escandaloso não marcado, também em cima do nosso craque. Esse foi o fim daquele time maravilhoso comandado por Hugo Meisl.




Sindelar continuou atuando pela seleção, que não era mais aquele time de antes, mas ainda possuia grandes jogadores, e o craque ainda ajudou a Áustria a conseguir a classificação para a Copa do mundo de 1938, realizada na França. Mas no início deste ano a Alemanha Nazista incorpora a Áustria, tornando o país uma província alemã. Os principais jogadores austríacos foram covidados a jogar pela seleção alemã, mas Mathias Sindelar se recusa, pois era de origem judia e já sabia das atrocidades que o também austríaco, Adolf Hitler, cometia contra seus semelhantes. Com a recusa, Sindelar começou a ser perseguido e investigado pela SS, polícia nazista. 

Em abril de 1938 a Alemanha organizou uma partida contra a Áustria, que marcaria a despedida da seleção austríaca, o objetivo do jogo era ganhar a simpatia do povo austríaco. Segundo relatos dos jogadores austríacos o jogo deveria terminar empatado, e as autoridades nazistas exigiram que os austríacos facilitassem as coisas, pois o time alemão era muito inferior. Mas no segundo tempo Mathias Sindelar marcou o primeiro gol e comemorou de forma vibrante, aos pulos e berros em frente a tribuna onde estavam os nazistas, que obviamente não gostaram nem um pouco do que viram, e o parceiro de ataque de Sindelar, Sesta, marcou o segundo gol que selou a vitória da Áustria. A partir daí a vida do craque ficou muito difícil, com perseguições e interrogatórios.

No dia 23 de Janeiro de 1939, aos 35 anos de idade, Mathias Sindelar foi encontrado morto em seu apartamento em Viena por um colega de equipe. O corpo dele estava nú ao lado de sua namorada de origem italiana, Camilla Castagnola. As autoridades decretaram sua morte por asfixia, por monóxido de carbono, como acidental. Uma morte dificil de se engolir até hoje, mas infelizmente jamais saberemos os reais motivos e circunstâncias de sua morte.

Em 2003, no centenário de seu nascimento, Mathias Sindelar foi homenagiado sendo eleito o maior esportista austríaco do século XX. Este homem franzino conhecido como " O Homem de Papel", encantou o mundo com sua arte e ajudou a escrever um dos capítulos mais bonitos da história do futebol.


sábado, 25 de abril de 2009

O mais antigo


Por Henrique Davini

No próximo domingo (26/04), na vila Belmiro, teremos o primeiro jogo da grande final do Campeonato Paulista. Santos e Corinthians eliminaram nas semifinais Palmeiras e São Paulo, respectivamente, e farão novamente este confronto que é o mais antigo clássico entre os quatro grandes clubes paulistas.
Ao todo foram 291 jogos, sendo que o alvinegro paulistano leva vantagem no número de vitórias; o Corinthians venceu 117 vezes, o Santos venceu 92 vezes e ocorreram 82 empates ao longo da história do confronto. Apesar da torcida corinthiana considerar tradicionalmente o Palmeiras como o seu grande rival, e atualmente alguns terem o São Paulo neste posto, devido às polêmicas geradas nos últimos anos, o Peixe seria o mais correto para este cargo, já que o confronto entre as duas equipe é conhecida pelo apelido de “Confronto dos Tabus”. O maior tabu de jejum de vitórias sobre um clube brasileiro do Corinthians, é contra o Santos, foram 11 anos sem vencer o Peixe, de 29 de Dezembro de 1957 até 6 de Março de 1968. Na verdade, este tabu conta apenas para jogos disputados no Campeonato Paulista, pois durante este período o Timão venceu 4 vezes o Peixe em outros torneios; mesmo assim vencer apenas 4 vezes um clube em 11 anos incomodou, e muito os torcedores do clube do Parque São Jorge. Já o Corinthians é responsável pela maior goleada sofrida pelo Santos em toda a sua história; em julho de 1920, em plena Vila Belmiro, pelo Campeonato Paulista, o Timão aplicou um inesquecível 11x0 no Peixe, em um jogo marcado pelas reclamações dos alvinegros praianos à arbitragem da partida.
O clássico Santos x Corinthians é o único dos clássicos paulistas que não tem apelido, mas mesmo assim este confronto se apimentou tanto com o passar dos anos, e até uma quase tragédia pode ser registrada em seus anais. Em 20 de setembro de 1964, mal havia começado o jogo, no estádio super lotado da Vila Belmiro (com 32.986 pagantes, maior público registrado até hoje no estádio), quando parte das estruturas de suas arquibancadas caiu, ferindo mais de 181 pessoas (felizmente ninguém morreu), e o jogo foi interrompido na hora. Remarcado para o dia 30 de setembro no Pacaembu, uma quarta-feira à noite, diante de 28 mil pessoas, os alvinegros empataram em 1 a 1 com gols de Flávio para o Timão e Pelé para o Peixe; o Rei, por sinal, ainda perdeu um pênalti, defendido por Heitor. Outro episódio curioso entre estes dois clubes, necessariamente não ocorreu em uma partida entre eles. Após um amistoso entre o Corinthians e Seleção Brasileira (na qual o placar terminou 5x0 para a Seleção sobre o Timão), que ocorreu antes da Copa do Mundo na Suécia em 1958, uma jogada dura de Ari Clemente do Corinthians em cima de Pelé (que teria o tirado inclusive dos primeiros jogos da copa), fez o Rei se irritar tanto que, este teria prometido que o Corinthians jamais seria campeão enquanto ele jogasse. E a profecia se cumpriu: Pelé encerrou sua carreira pelo Cosmos, no dia 1º de setembro de 1977, e o Corinthians conquistaria o Campeonato Paulista 12 dias depois, após 23 anos sem títulos, o maior jejum da história do clube.
O último grande tabu do confronto foi favorável ao Santos (de 30 de Janeiro de 2002 até 13 de Fevereiro de 2005). Foram 10 partidas, com 8 vitórias santistas e 2 empates, por 3 anos o Peixe conseguiu segurar esta vantagem, porém este ano em um jogo realizado no Pacaembu (22/03), pelo Campeonato Paulista, o Corinthians conseguiu uma excelente vitória por 1x0, com gol marcado por Dentinho para o timão.
O jogo de domingo promete muito, pois os dois clubes já construíram uma bela história de rivalidade ao longo da existência do futebol brasileiro. Além disto, bons jogadores compõem os dois elencos e dois grandes técnicos estarão atuando nos bastidores, com suas táticas e artimanhas. Separado de tudo isto ainda poderemos observar um duelo à parte, entre Ronaldo no Corinthians e Neymar no Santos; é o embate de um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro e mundial, tido como um “Fenômeno”, porém acima de seu peso ideal, depois de duríssimas contusões e considerado por alguns um “ex-jogador” (não é o meu caso!), contra a juventude de um garoto que ainda não teve tempo de provar seu valor, porém já demonstra requinte e beleza em seu futebol, tido por muitos como um “futuro craque”, e apesar de me parecer um exagero neste momento, já foi comparado com grande jogadores do futebol mundial. Experiência x Juventude!
Com certeza este são bons temperos para o delicioso e apimentado clássico de domingo. O mais antigo clássico do futebol paulista!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Que passa Diego?




Por Bruno Gabrieli

Aos 42 minutos do segundo tempo Didi Torrico com um chute forte de fora da área marcou o sexto gol da Bolívia na Argentina, ali um importante capítulo da história acabava de ser escrito. Essa foi a pior derrota sofrida na história da seleção argentina. 

2009 não tem sido um bom ano para a Argentina, além da vexatória derrota para a Bolívia, os times argentinos estão fazendo um péssimo papel na Copa Libertadores da América. Dos cinco clubes classificados para o torneio (Boca Juniors, River Plate, Lanús, Estudiantes e San Lorenzo), apenas dois conseguiram se classificar para as oitavas-de-finais, e apenas o Boca em primeiro da chave. Lanús, San Lourenzo e River Plate foram eliminados na fase de grupo, e todos antes do sexto jogo, foram eliminados por antecipação.

Em relação a Libertadores da América, talvez o motivo para tantas eliminações precoces sejam a soberba, ou apenas futebol de péssima qualidade? A tão elogiada raça argentina não esteve presente nesta edição do torneio, Lanús e San Lourenzo foram eliminados de forma fria, com derrotas em que os jogadores argentinos não apresentaram nem se quer muita vontade ou sangue quente, algo inédito. Já o River lutou um pouco mais, mas esbarrou em suas crises internas, pois o time não é ruim a ponto de perder a vaga para o glorioso Universidade San Martin.

O fato é que a Libertadores não possui mais aquele abismo de qualidade técnica entre os clubes brasileiros, argentinos e o resto. Brasileiros e argentinos precisam suar a camisa para conseguir classificação, vide os times brasileiros que este ano estão tendo dificuldades para classificar. O São Paulo sofreu para ganhar os jogos em casa, Sport e Palmeiras estão lutando para seguir no grupo da morte, Cruzeiro mesmo em um grupo fraco teve dificuldades. Os craques brasileiros e argentinos estão cada vez mais cedo indo embora para Europa, Asia e Oriente Médio, com isso os clubes de países com dificuldade em montar grandes elencos estão conseguindo brigar em condições de vencer, outro motivo é a evolução técnica e tática dos jogadores e clubes dos outros países sul-americanos.

Em relação as seleções, não é apenas a Argentina que passa por crise, a seleção brasileira também não passa por um bom momento, o nosso técnico é contestado a cada convocação e partida, independente de vitória ou derrota. Dunga não consegue fazer a seleção andar com qualidade e nem agradar a imprensa e torcida. Já nossos hermanos cometeram o mesmo erro que nós, ao colocar um técnico inexperiente no cargo.

Assim como o Dunga, Maradona foi colocado no cargo para resgatar o amor a camisa, aproximar a seleção da torcida, apenas um ídolo deste calibre conseguiria, mas isso é um grande erro. É importante ter um ídolo no cargo, mas é mais importante ter um técnico com capacidade de resolver os problemas e fazer um time jogar um futebol de qualidade. A maioria dos grandes jogadores não foram grandes técnicos, um dado que mostra isso é que apenas dois homens foram campeões mundiais com jogadores e treinadores (Zagallo foi campeão como jogador em 1958 e 1962 e como técnico em 1970, e Beckhanbauer capitão da Alemanha em 1974 e treinador em 1990). Na minha opinião os treinadores de seleções da grandeza de Brasil e Argentina precisam ser técnicos com história na beira do gramado, dirigindo grandes clubes e sendo campeões por estes, pois nos momentos difíceis no comando dos selecionados sua história pode acalmar e dar esperança à opinião pública. 

Só saberemos os reais motivos desta fase ruim que passa o futebol argentino com uma reflexão e análise mais profunda do momento. Mas de uma coisa eu tenho absoluta certeza, ver a Argentina tomar de seis no dia primeiro de Abril e saber que isso não é uma mentira, é uma delicia!!!


quarta-feira, 22 de abril de 2009

O futebol na terra da rainha


Por Henrique Davini

Emocionante! Fascinante! Maravilhoso! Espetacular!

Estes adjetivos já estão se tornando cada vez mais freqüentes quando se fala em Premier League, ou no futebol inglês em geral. Há alguns dias atrás Bruno Gabrieli escreveu um post para este blog se referindo a Tragédia de Hillsborough e como esta afetou as mudanças que transformaram a antiga e ultrapassada Liga Inglesa, na Premier League a melhor e mais lucrativa liga de futebol da Europa, e do mundo por conseqüência.

De terça-feira retrasada (14/04) até ontem (21/04) tivemos pelo menos, três apresentações de gala envolvendo clubes ingleses dentro de campo. São elas:

14/04 – Chelsea 4x4 Liverpool (UEFA Champions League);
18/04 – Arsenal 1x2 Chelsea (Copa da Inglaterra);
21/04 – Liverpool 4x4 Arsenal (Premier League).

No dia 14/04 pelo segundo jogo das quartas-de-final da UEFA Champions League, Chelsea e Liverpool fizeram o melhor jogo do ano, e um dos melhores da história, pela Copa dos Campeões da Europa, com destaque especial para as atuações do espanhol Xabi Alonso pelos Reds e do marfinense Didier Drogba pelos Blues; no sábado dia 18/04, Arsenal e Chelsea fizeram um jogo emocionante em Wembley pelas semifinais da Copa da Inglaterra, na qual o Arsenal vencia até 30 minutos da etapa complementar quando, Didier Drogba novamente desequilibrou a partida em favor do Chelsea, que conseguiu uma virada espetacular e com isto a classificação para a final do torneio; e ontem dia 21/04 em Anfield, Liverpool e Arsenal empataram em 4x4 num jogo repleto de belas jogadas e falhas das defesas (principalmente a do Liverpool), pela Premier League. Destaque para o meia-atacante russo Arshavin, que marcou os 4 gols do time londrino, e é uma das novas promessas do futebol mundial.

Tamanha grandeza não acontece por acaso! Os súditos da rainha realmente investiram pesado na modernização de seu futebol. Estádios novos com tecnologia de ponta, segurança para a torcida e para os clubes, preços acessíveis, sistemas de fidelidade para torcedores e principalmente espetáculos de altíssima qualidade.

Os clubes ingleses, dos últimos anos para cá, se tornaram os mais poderosos do planeta, e não foram apenas os chamados “clubes grandes” que cresceram, times como Manchester City, West Ham e Everton, que possuem menor força no cenário Europeu foram atrás de investidores milionários e podem hoje contar com estrelas de nível internacional em seu elenco como, Robinho e Elano pelo Manchester City, ou jogadores da atual seleção inglesa como Sean Wright-Phillips, Carlton Cole e Lescott; fora o fato de que estes clubes como, por exemplo, o próprio West Ham já foram nos últimos anos a “casa” de jogadores do nível de Carlos Tevez e Javier Mascherano. O futebol inglês cresceu exponencialmente nos anos 90 e hoje sem dúvida é o mais poderoso futebol do mundo, superando ligas milionárias e tradicionais como, a “La Liga” da Espanha e a “Série A” da Itália, respectivamente.

Outra importante característica do futebol inglês é manter, ou pelo menos fazer o possível para manter, os craques ingleses jogando na própria Inglaterra. Atualmente a maioria dos ídolos ingleses atua nos time da rainha (com a exceção de David Beckham que está no futebol norte-americano, mas atualmente está emprestado para o Milan, da Itália) : Gerrard pelo Liverpool, Terry e Lampard pelo Chelsea, Rooney e Ferdinand pelo Manchester United, Owen pelo Newcastle, etc... Além de trazer os grandes jogadores de outra nacionalidade para jogar na sua liga: Cristiano Ronaldo, Fábregas, Gallas, Vidic, Van der Saar, Peter Cech, Pepe Reina, Drogba, Ballack, Xabi Alonso os já citados Robinho, Elano, Tevez, Mascherano, etc... Muitos jogadores que são ídolos em seus países e em suas seleções atuam pela Premier League, o que aumenta ainda mais o prestígio deste campeonato.

Com grandes contratos de patrocínio e uma forte campanha de marketing que ultrapassa as fronteiras da ilha bretã, a Premier League alcança semanalmente recordes de público nos estádios e na televisão. Hoje, sem dúvida nenhuma, podemos dizer que se existe um “Reino do Futebol”, ele é liderado pelos súditos da rainha!